quarta-feira, 25 de março de 2009

Vinda de Brando, qualquer oferta é irrecusável.

Prazer visual é ver Marlon Brando em 35mm no delicioso O Último Tango em Paris, do igualmente genial Bernardo Bertolucci. Oportunidade rara ver Brando em película, e na primeira fileira, experimentando toda a magnitude do Mestre a poucos metros de mim. Felizmente esse deleite para os olhos foi possível graças à mostra “Brando, o ator no cinema”, atualmente na Caixa Cultural, no Rio.

Brando não foi um grande ator. Ele foi o maior deles. Aquele para quem todos os atores tem que olhar e pensar “como eu faço pra ser que nem esse cara?”. Minha primeira dica seria: nasce de novo. Reencarne umas cinco vezes.
Como isso não é possível, se afunde na leitura de Stanislavski, assista incansavelmente a toda a filmografia de Brando, observe os trejeitos, a maneira como ele delineava cada gesto, cada olhar, cada movimento. Ainda assim não será possível ser como ele, pois como todo gênio, ele era único. Entretanto, a bagagem de aprendizado e cultura valerá todo o esforço.

Cria e tesouro máximo d’O Método, Marlon Brando quase brinca em frente à câmera. É impressionante a facilidade como ele vai de rebelde à Corleone, de gay enrustido a viúvo tresloucado. Talvez nem mesmo fosse fácil, mas a tarefa do ator é fazê-lo parecer natural.

E eu já disse que ele era o maior deles?






Carolina Pavanelli

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